sexta-feira, 19 de março de 2010

Labirinto de Minos


Traço caminho num labirinto sem saída. Escolho a maneira de fugir daqui. Tento escapar ao Minotauro, peço ajuda a Teseu, só ele me pode ajudar. Vejo o novelo que deixaram aqui, pressinto que o devo seguir. escolho um dos caminhos que ele me indica, não sei se vou para a frente ou para trás. Ouço gritos, desumanos demais, parecem-me urros misturados com gemidos. Caminho mais, parecem-me mais próximos. Ao virar da esquina tenho medo, encosto-me à sebe e espreito com temor. Vejo Teseu lutando, já de espada partida, já cansado e só aguentado-se só de joelhos. Sua guerra épica só detém um final bíblico. Só noto na vitória do sobrenatural, como se apenas Deus tivesse escolhido como habitual o lado contrário ao Homem. Solto uma meia-palavra sendo capaz de ter sido apenas um som. Não aguento ver mais esta batalha que Deus decidiu desta vez carregar no play e ter escolhido outro lado, vejo sangue humano e desta vez reparo que os urros que há pouco ouvia eram não do Minotauro mas sim de Teseu, por cada dor infligida era um som inumano que brotava de sua garganta. Fujo dali, já sei que final se encontra destinado ao Homem, já tinha sido decidido muito antes por Deus quem perderia. Sigo o caminho contrário que tinha levado e assim chego à tão desejada saída. No exacto momento em que alcanço os portões ouço o urro final que ecoará para sempre naqueles caminhos. Empurro os portões e vejo o mundo inteiro a arder....

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