sábado, 18 de setembro de 2010

Ary dos Santos

Minha Ousadia, minha aventura minha coragem para lutar contra a repressão. Seremos tudo o que disserem poeta castrado não, livres da nossa opressão, das portas que Abril abriu. E no final já não vem o inteligente para acabar com... Lisboa amada enquanto menina e moça e enquanto tantos homens presos para ver o povo libertado em que a força da vida seja maior que a morte.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Despertar Moral

Foi a primeira vez que sentira horror, angustia, nojo. Já antes detivera nas minhas mãos um ser em circunstancias semelhantes mas sem nunca ter havido pena ou consideração, vira sempre este lazer como um mal menor para um ser inferior, não seria um dano irreparável a esta condição de presa. Mas agora sentira-o, como se surgisse agora como errado, imoral.
Foi após o regozijo inicial, que ao tocar-lhe, ainda preso, descobri uma vida ainda por preencher na minha mão. Apercebi-me na altura e vejo e revejo agora o mal maior que infligiria a um ser individual apenas para servir ao lazer e trofeu de um ser tão bestial.

Toalha

Enrolara-me pela primeira vez na toalha. Não porque tinha frio após sair do mar, mas porque fazia sentido. Sentia-me frustrado, zangado, cansado. Nada se desenrola a minha revelia. E enquanto a minha ousadia quebrava-se mais um pouco me aconchegava. Sentia-me num limbo em que nada entrava e saia.