segunda-feira, 3 de março de 2014

Sam

Depois de tudo só queria que me ouvisses, depois de tanto tempo só queria que tu me visses.
Sam, como eu te nunca esquecerei, pela mágoa que deixaste, Sam o vazio que só tu ocuparás ainda lá está. Onde tu nem de lança erguida, nem de escudo protegida conseguiste ficar. Sam como tu não eras, fugiste.

domingo, 2 de março de 2014

A escola é de todos, para todos (Parte II)

Peço desculpa desde já pois disse que falaria dos direitos dos estudantes na vida e na organização da escola mas recordei-me de um assunto que me parece melhor colocado para nesta ordem. Passarei já para este tópico e retomarei o assunto anterior noutra altura.

Subsistemas de Ensino Superior

Actualmente existem três tipos de subsistemas de ensino superior em Portugal sendo eles o Ensino Superior Universitário Público (ESU), Politécnico Público (ESPP) e Privado (ESP). Deste último falarei menos.

Relativamente ao ensino público que está dividido nos subsistemas acima indicados, ESU e ESPP, actualmente têm vindo a aumentar o fosso entre estes dois criando um modelo de ensino bipolar, com um aprofundamento das desigualdades entre os estudantes do ensino superior em geral. Actualmente dentro do ESU têm-se vindo a encontrar, para além de uma grande carência material e humana, existe também uma pedagogia com insuficiências no ensino experimental e de projecto, como prova disto vem-se a ver que as muitas disciplinas teóricas valerem mais créditos do que as práticas em alguns cursos.

Já no ESPP, que tem tido uma grande contribuição para o desenvolvimento de algumas regiões reduzindo assim algumas diferenças regionais, embora este valoroso contributo é este que tem sofrido mais recentemente uma maior desvalorização quer seja no seu financiamento como no seu carácter de formação superior. O Ministério da Educação e Ciência já avança que para o próximo ano os cursos do politécnico tenham intuito de formação profissional com a entrada de cursos de dois anos, 120 créditos, aos quais a comunicação os apelida de "meias licenciaturas". Isto têm apenas um objectivo, de destruir o ESPP, copiando a Europa, como instituição de formação superior, assim consagrada desde 1974.

Estas reconfigurações demonstram a intenção de elitizar o Ensino Superior, desde já com a estruturação de um modelo bipolar, como pela intenção de destruição de um destes subsistemas. A criação de um sistema único de Ensino Superior Público que convergendo as diferentes formações, quer seja na componente prática do politécnico como pela necessidade de responder ao desenvolvimento do país.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A escola é de todos, para todos (Parte I)



Vivemos momentos de grande ofensiva à educação, quer seja no ensino público(básico e secundário), ensino profissional ou superior.

Só este ano foram cortados 500M€ no ensino público não contando com o que já foi cortado desde 2010.
Os problemas que nós, indignados, reclamávamos no inicio do ano lectivo são um reflexo desta situação, falta de professores e funcionários e por consequência um excesso de alunos por turma, más condições de infraestruturas, obras paradas, serviços como bibliotecas, refeitórios, bares e papelarias com mau funcionamento. E também agravam-se as capacidades financeiras das famílias grande causador do abandono escolar. 

Mas a situação não acaba por aqui como bem sabem, os estudantes do ensino profissional deparam-se com ataques aos seus direitos. Várias destas escolas sofrem de um desinvestimento que se reflecte novamente na falta de condições materiais e humanas. Mas aqui, um nível de ensino que exige aos seus estudantes um pagamento de propinas, o objectivo é claro formar mão de obra barata submetida a uma maior exploração.
E caso um estudante da via profissionalizante "sonhar" ir estudar para uma instituição de ensino superior será com muito maior dificuldade, visto as matérias leccionadas durante este curso não serem direccionadas para os Exames Nacionais, elitizando assim um ensino superior.





Mas a divisão ocorre aqui, nesta linha não tão ténue de quem tem capacidades financeiras ou não.
Desde 2010 já foram cortados 1.000M€ no ensino superior público. Só este ano foram já cortados 80.5M€. Estas políticas de desinvestimento tem sido cada vez mais consolidada, em que por um lado o subfinanciamento, causando asfixia das instituições nomeadamente, e terei que referir novamente, no plano das condições materiais e humanas, por outro a exigência feita às instituições de gerar receita própria cobrando aos seus estudantes propinas, que actualmente vão no valor de 1065.72€, ou também em investimento privado atendendo assim, apenas, aos interesses dos grandes grupos económicos. E o ensino Superior deve estar ligado às necessidades de produção, desenvolvimento e progresso do País.


É esta a escola a que temos direito.


Deixando uma nota a parte II vai incidir nos direitos dos estudantes na vida e na organização da escola.