quinta-feira, 27 de maio de 2010

Cemitério de Casas - Parte I

Foram construídas não se sabe bem para que. Desabitadas desde o inicio, foram o sono dos pobres e o desinteresse dos abastados. Demasiadas para todo este demasiado povo, agora caminham para o seu eterno descanso.Iam para um lugar já predeterminado, em fila calma e ordenada, se é que se pode chamar calmo um passo delas ou até ordenado a miscelânea que existia, portanto nada mais se tratava que uma fila. Embora marchassem notava-se no movimento, que se reparava desde que a primeira fila se formara, uma tristeza sombria apontada pela sua cor esbatida. Sentiam-se como um reformado caminhando para a angústia do lar.
Que elas notavam mais era a falta de observadores desta estranha parada, doentio espectáculo, já os habitantes se habituaram, apenas algumas crianças perscrutavam por entre as cortinas mas por alguns breves instantes.



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