terça-feira, 5 de outubro de 2010

Ninguém

Abandonado pelas ruas do chiado, entre cafés e bares, encostado aos caixotes, tapado com cartões e jornais. Vejo e ouço passar quem mais estranha e quem mais se habitua, cosmopolitas e deambulantes, empresários e artistas. Miscelânea de cores e de outras sensações. De dia e de noite, passam as mesmas cores aleatórias, as mesma pessoas ao acaso.  Gente que passa e que retorna, que foi e nunca deixou de ser. Mas eu não passo nem retorno, fico ausente no mesmo sitio. Não sou nem existo, apenas resisto.
Sou já a pedra que para nada existe.

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