sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

It's a new year

Parabens a todos os que resistem a um sistema que a todos quer aniquilar.
Não sejam parte dos exterminadores e tudo o que desejo para o ano
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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Merry fucking christmas

Underlined by a coca-cola add.
Blinded by a capitalist way of compsution
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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Uma breve desconhecida

Após uma longa viagem se reconheceram, cumprimentando-se obrigatoriamente, porque o tempo de escapara já o era, disseram sinceramente que andavam bem. E se porque esta distância se reparava era porque a ele a aparência dela não lhe importava, a ela a indiferença dele lhe repugnava. No entanto nada mais podia haver que um mútuo acordo se aproximaram pela mera educação que lhes treinaram, mas até ao momento da distracção nada mais disseram que aquilo que conheciam.

Um arrufo de namorados

Pois o que será de nós se não discordamos, se não nos debatemos por aquilo que vemos. Pois será que acreditaremos que seremos mais capazes se apenas aceitarmos. Pois que ninguém tenha razão e que apenas dois percam e ganhem ao mesmo tempo. Porque sentimo-nos vivos quando lutamos, porque vivemos mais quando reconciliamos. E que vida será esta na qual aquele que ama não diz a verdade àquele que retorna esse amor.

Um sorriso genuíno após uma tristeza penosa

Porque apesar de tudo sorrimos como tu sorriste, que mesmo a mais longa tristeza não nos tira essa genuinidade de que se apenas vê. E por isso também sorrimos enquanto acompanhamos-te na carruagem, porque quanto mais longo este fado nada nos remove esta sinceridade, de que quando chegar o momento certo seremos capazes levantar os olhos e apenas sorrir.

Um sermão de uma Mãe

Será por ser um tanto quanto baste para ser preciso, que ouço, em cada estação, a mãe chamando o seu filho ensinando para combater sua inocência e desventura, para tirar-lhe de tudo o que é ingénuo e transforma-lo em algo sábio. Porque será que tudo é tão perigoso e tão secreto que não se pode tocar, porque será que apenas algo será grátis e nada mais, ter filhos.

Séries do Metro


Após este post publicarei 4 textos aos quais denominarei Séries do Metro. Tirem as vossas próprias ilações.

Um sermão de uma Mãe 

Um sorriso genuíno após uma tristeza penosa

 Um arrufo de namorados

Uma breve desconhecida

 

 

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

PREC

O PREC ("percurso revolucionário em curso") foi um dos períodos mais marcantes da nossa recente história. Foi um período marcado pela recente libertação de uma ditadura que já nos perseguia durante 48 longos anos, e pelo regresso dos mais altos dirigentes e personalidades políticas portuguesas, entre os quais Álvaro Cunhal e Mário Soares dois grandes intervenientes do PREC.
A instabilidade reinou durante estes 11 meses que se seguiram à revolução de Abril, entre atentados às sedes do PCP e respostas da ala esquerdistas (como o MRPP e outros mais extremistas), quase levando este país a uma guerra civil. Não fosse a grande intervenção do MFA e os grandes partidos (PCP, PS, PSD) teríamos uma guerra civil nas mãos.
Durante este período foi assinado entre o MFA e os maiores partidos um acordo da qual responsabilizaria os governos portugueses de tomar uma ideologia socialista para levar este pequeno país mais alto.
O resto da história já sabemos, aquando a eleição de Mário Soares para primeiro-ministro o PS abandona as suas primeiras ideias mostrando os seu verdadeiro rosto como partido de direita que pouco tem alterado até aos nossos tempos.
"As grandes conquistas da Revolução, que foram inscritas na Constituição da República elaborada e aprovada pela Assembleia Constituinte em 1976, a abolição do capitalismo-monopolista, a nacionalização dos sectores básicos, a reforma agrária e outras, podem ler-se no programa do Partido Socialista aprovado no Congresso que realizou em Dezembro de1974. Mas, como Mário Soares já disse, "programas são programas", e assim achou certamente muito natural meter tudo isso numa gaveta ou deitar tudo isso para o cesto dos papéis." Álvaro Cunhal


A isto pergunto a quem leia. Não será altura de reivindicar o acordo feito pelo PS e PSD, únicos que traíram o o acordo, e tornar este país mais justo?

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

É apenas mais um

É apenas mais um entre tantos que estão para vir, entre tantos que serão para descobrir e entretanto sofro pela proximidade da esquina que nada vejo para lá dela.
É apenas mais um que passo com a alegria de quem vive e não quer deixar de ser, a angústia de quem sofre para não desaparecer.
É apenas mais um em que me aparecem outros para mo dizer, é apenas mais um....

Mas entre tantos outros que quero fazer este é aquele que nada mais me faz querer continuar nesta ambiguidade de coisas que mais nada dizem do quanto eu quero ficar e estou cá para gostar

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Natural Blues

The melancholic that walks with my sadness of being condemned to a painless demon. The anguish of being a slave to a such lesser beast. It troubles me so hard that doesn't anyone knows my trouble with god.

domingo, 10 de outubro de 2010

Abúlia

Sentado, apático, sem movimento qualquer apenas sinto e desvaneço.Ter 05 Out 2010 02:33:24
Não me aparece nada até que a angústia de não sentir me toma, e agora sorrio por finalmente sentir para que logo depois me entristeça do que me rio. Sab 09 Out 2010 02:34:01
Deitado, esquecido, cresce a indeferença da qual apenas nada posso fazer, contra a qual não há a vitória.Dom 10 Out 2010 02:31:20

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Ninguém

Abandonado pelas ruas do chiado, entre cafés e bares, encostado aos caixotes, tapado com cartões e jornais. Vejo e ouço passar quem mais estranha e quem mais se habitua, cosmopolitas e deambulantes, empresários e artistas. Miscelânea de cores e de outras sensações. De dia e de noite, passam as mesmas cores aleatórias, as mesma pessoas ao acaso.  Gente que passa e que retorna, que foi e nunca deixou de ser. Mas eu não passo nem retorno, fico ausente no mesmo sitio. Não sou nem existo, apenas resisto.
Sou já a pedra que para nada existe.

A Anarquia Possível

Desde o inicio que foi considerada uma utopia ou uma maneira de viver uma vida fácil. Utópica porque toda a gente viveria como quereria e fácil, porque o que queremos é uma vida de ócio. Há que desmentir isto.
No primeiro passo há que mostrar que a anarquia é, acima de tudo, uma filosofia política que engloba teorias, métodos e acções que objectivam a eliminação total de todas as formas de governo compulsório. De um modo geral, anarquistas são contra qualquer tipo de ordem hierárquica que não seja livremente aceita e, assim, preconizam os tipos de organizações libertárias. A anarquia não é só uma questão de libertação mas também uma questão de uma responsabilização moral e ética.
Nesta questão temos três tipos de anarquia. Uma anarquia socialista, uma capitalista e outra anarquia apenas pelo prazer da liberdade. Definirei as três aqui. Começarei pela a última.
Uma anarquia pelo prazer da liberdade:
  1. A anarquia pelo prazer da liberdade é uma anarquia destrutiva em que ninguém, nem o individuo que a pratica nem a sociedade a que pertence, beneficia com esta ideologia.
  2. Tem como missão dar ao seu praticante aquilo que mais pretende sem olhar a meios, nem mesmo à destruição do seu praticante.
  3. A liberdade conseguida pelo praticante atacará de tal forma a sociedade que a sociedade atacará o praticante.
Uma anarquia capitalista:
  1. Uma anarquia capitalista tem como fundamento, como numa sociedade capitalista, o sentimento de posse. O sentimento de posse capitalista esta criado num mundo consumista, na qual cada pessoa tenta ter o mais possível e comparar-se ao próximo de modo a superiorizar-se.
  2. Baseia-se não no conjunto de pessoas capazes de superarem situações mas no culto de um individuo na qual as pessoas seguem sem a critica necessária.
  3. Ao centrar-se num individuo a sociedade conseguirá evoluir até um certo ponto até que estagnará e devido ao culto formado a sociedade trabalhará não para si própria, mas para o individuo supremo.
  4. Também devido ao seu consumismo esta sociedade gastará os recursos sem ter planeado a sua própria renovação. (algo semelhante ao presente).
Uma anarquia socialista:
  1. Uma anarquia socialista é a própria responsabilização moral, em que uma sociedade organiza-se para construir-se a si própria. Em que não é o culto do individuo o mais interessa mas a organização, sem hierarquização de classes, do conjunto de pessoas mais adequadas para a cada trabalho.
  2. Ao praticamente eliminar o culto do individuo abre-se completamente ao uma sociedade virada para o futuro em comunidade pelo bem geral.
  3. Ao centrar-se na comunidade e no mais apto para cada função a descriminação e o preconceito serão de tal maneira abalados que se irão auto-destruir.
  4. A própria sociedade construirá as suas cidades com a organização dos possíveis recursos dados.
Em suma a anarquia apela à responsabilização do homem e pelo o qual a sociedade deverá acreditar para que possa evoluir como homo sapiens sapiens somos.

sábado, 18 de setembro de 2010

Ary dos Santos

Minha Ousadia, minha aventura minha coragem para lutar contra a repressão. Seremos tudo o que disserem poeta castrado não, livres da nossa opressão, das portas que Abril abriu. E no final já não vem o inteligente para acabar com... Lisboa amada enquanto menina e moça e enquanto tantos homens presos para ver o povo libertado em que a força da vida seja maior que a morte.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Despertar Moral

Foi a primeira vez que sentira horror, angustia, nojo. Já antes detivera nas minhas mãos um ser em circunstancias semelhantes mas sem nunca ter havido pena ou consideração, vira sempre este lazer como um mal menor para um ser inferior, não seria um dano irreparável a esta condição de presa. Mas agora sentira-o, como se surgisse agora como errado, imoral.
Foi após o regozijo inicial, que ao tocar-lhe, ainda preso, descobri uma vida ainda por preencher na minha mão. Apercebi-me na altura e vejo e revejo agora o mal maior que infligiria a um ser individual apenas para servir ao lazer e trofeu de um ser tão bestial.

Toalha

Enrolara-me pela primeira vez na toalha. Não porque tinha frio após sair do mar, mas porque fazia sentido. Sentia-me frustrado, zangado, cansado. Nada se desenrola a minha revelia. E enquanto a minha ousadia quebrava-se mais um pouco me aconchegava. Sentia-me num limbo em que nada entrava e saia.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Earthlings

Lembro-me de quando vi pela primeira este documentário com banda sonora de Moby e narrado por Joaquin Phoenix. Este foi talvez o meu primeiro contacto com o mundo com a crueldade humana perante seres que apenas vemos como objectos para uso e abuso. Somos seres conscientes mas demasiados ocupados para sermos morais. Mas mais nada digo fica aqui o link do filme no qual vos peço que dediquem algum tempo para verem, tanto que tem a duração de 90min, e digerirem melhor as cenas e a narração espectacular.


sábado, 14 de agosto de 2010

Eleanor Rigby


See all the lonely people
See all the empty people.
Saving the Shadow figures
Growing the lost moments.
Mocking at the rushing shadows.


Eleanor Rigby, picks up the rice in the church where a wedding has been
Lives in a dream
Waits at the window, wearing the face that she keeps in a jar by the door
Who is it for?


 See all the dazed figures.
See all the losing figures.
Coming at the lonely streets.
Hearing all the silenced echoes.

All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?


See all the dummest people.
See all the stupid people.
Close to the silly city.

Father McKenzie, writing the words of a sermon that no one will hear
No one comes near
Look at him working, darning his socks in the night when there's nobody there
What does he care?


See all the saddest people.
See all the grey people.
Drive in to the farthest village.

All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?

Ah, look at all the lonely people
Ah, look at all the lonely people


I look at all the lonely people.
I look at all the empty people.
I look at all the dazed figures.
I look at all the losing figures.
I look at all the dummest people.
I look at all the stupid people.
I look at all the saddest people.
I look at all the grey people.

Eleanor Rigby, died in the church and was buried along with her name
Nobody came Father McKenzie, wiping the dirt from his hands as he walks from the grave
No one was saved

All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Sensorial Side

Sensing,
Faking,
Making,
The eternal side of tomorrow, just turning away from me, just turning away from you. Taking the light of our mind, just blacking out of our life.
We need blood, we....

sábado, 31 de julho de 2010

Ser Jovem

Cheira-me ao espírito adolescente. Com as luzes apagadas, entretendo-nos. É contagiante. Perigosamente imortal, sempre fatal. Arrogância de idade avançada, humildemente estúpidos. Seres de sabedoria eterna, de conhecimento oco.
Sempre preocupados põe-nos debaixo de olho, porque os assustamos com a nossa pequena vida. Destroem a nossa irreverência. Tornam-nos mortos como eles. Máquinas de farda até ao dia que o sol se esgota.
Ensinam os números, as letras. Ensinam a estar calados, a ser 90º. Ensinam a responder aos problemas como eles. Ensinam a não errar.
Quero somar dois mais dois e dizer que é cinco. Queroescrevercomomeapetecer. QUERO GRITAR. Quero ser 67º, 121º, quero dar a volta . Quero perguntar. Quero errar.

Attica

Casa do Filho de Sam, casa de Mark David Chapman. Quatro dias de liberdade dentro das grade de Attica. "Attica, Attica. All or Nothing." Eles ouvem os gritos de um pássaro voando. George Jackson já não os pode acompanhar, mas o seu espírito ficou para estes lutarem. Sonny repete o seus gritos "Attica,Attica.", acompanhado por outros tantos que se revoltam.
"What a waste of human power
What a waste of human lives
Shoot the prisoners in the towers
Forty-three poor widowed wives"
John Lennon - Attica State

"The savage repression of blacks, which can be estimated by reading the obituary columns of the nation's dailies, Fred Hampton, etc., has not failed to register on the black inmates.
George Jackson
Como foi acabado este glorioso momento de luta
At 9:46 AM on Monday, September 13, 1971 tear gas was dropped into the yard and New York State Police troopers opened fire non-stop for two minutes into the smoke. Among the weapons used by the troopers were shotguns, which led to the wounding and killing of hostages and inmates who were not resisting. Former prison officers were allowed to participate, a decision later called "inexcusable" by the commission established by Rockefeller to study the riot and the aftermath. By the time the facility was retaken, 9 hostages and 28 inmates had been killed.

domingo, 25 de julho de 2010

Sem a Palavra

Tentava perceber, mas faltava-me o significado para este sinónimo. Tentei o antónimo e fui parar ao homónimo, portanto parti para o seu heterónimo, mas deparei-me com o ortónimo.
O seu campo lexical indicava-me que semanticamente nada representava e a neologia nada ajudava, confuso ainda mais fiquei.
Adjectivos, advérbios, verbos e nomes mas não a encontrei. Apreciei, permiti e obriguei, certifiquei-me, calculei e possibilitei, no entanto nem posse tive nem demonstrado ficou. Antítese global em que toda a sua comparação é paradoxal.

Ela nunca falava


Ela nunca falava. Sentava-se e enquanto bebia o seu café separava-se sem a pressa habitual de quem tentava aproveitar este momento de descanso. Calava-se ou mantinha-se calada, ninguém sabia responder, mas que ela não falava, nunca, toda a gente sabia. Talvez fosse esta apatia que vinha dela, talvez fosse a necessidade de ouvir algo vindo dela, reparava com mais intensidade e ambicionara pelos menos uma onomatopeia arrancada da sua garganta, mas ela nunca falava. Admirava-a enquanto ela fumava, quebrava a respiração quando ela expirava na esperança da palavra que faria sentido ao seu silêncio, no entanto ela nunca falava. Ansiava, enquanto ela pagava, a reclamação comum entre os fregueses, porém ela nunca falava. Angustiado pela sua inexistência, sofria pela palavra que nunca ouvira mas por enquanto ela nunca falava. Se lhe perguntar será que me responde? Respondi perguntado mas mesmo assim descobri que ela não fala.

sábado, 19 de junho de 2010

Ensaio Sobre As Intermitências

Por mais que quiséssemos ela nunca pararia, nunca se cansaria. Não ficaria cega momentaneamente, não olharia mesmo que importasse. Podia ser o violinista, podia ser até aquele país que ninguém sabia onde se encontrava.
Génio difuso. Simplicista, pensava, fazia.
Cada vez menos que merecem enumerar, e agora está lá um vazio.

Perguntar de que morreu alguém é estúpido, com o tempo a causa esquece, só uma palavra fica, Morreu.
A propósito, não resistiremos a recordar que a morte, por si mesma, sozinha, sem qualquer ajuda externa, sempre matou muito menos que o homem.

domingo, 30 de maio de 2010

Cemitério de Casas - Parte II


 A parada já terminara, só sobrara o caminho que quase acabara.
Foram ter a um descampado, sombrio, escondido do sol, só sobressaindo as sombras dos andares. Havia de lá de tudo, moradias de cem andares, prédios só com o piso terreno. Nada, era o que se sentia por lá, nada, era o que passava por lá, nada era o que se ouvia por lá, nem a voz do seu fado nem o murmúrio da sua lamentação, Fauna nenhuma, nem pombos a planarem nem ratos a escavarem nem baratas correrem, Flora alguma, daninhas desistiam, heras decresciam, tudo era fugidio.
O filme acabara sem galardões a entregar, Oscar's definhados nem existiam, para aquelas que o sopro já não sobrevivia. Agora só o pouco testemunho que deixavam, mesmo ao ponto de inexistir, da sua efémera magia.
Então escolhiam os seus lugares ao acaso e a sua posição como cabiam, verticalmente ou horizontalmente, desalinhadas ou centradas, apertadas ou alargadas, simplesmente como lhes servia. E o que lhes servia, servia aos outros, compunham-se como os outros lhe convinha sem a preocupação da linha que antes faziam. Mas elas eram em demasia, sempre que uma se mexia a última da fila se arrependia.
Que tristeza era a sua, ansiando que, os que nunca sentiram a sua mágoa de existir para deixar de ser, não tivessem a fortuna que saía a estas poucas mais cedo do que se esperava, e fossem as afortunadas que são mais do que lhe projectaram.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Cemitério de Casas - Parte I

Foram construídas não se sabe bem para que. Desabitadas desde o inicio, foram o sono dos pobres e o desinteresse dos abastados. Demasiadas para todo este demasiado povo, agora caminham para o seu eterno descanso.Iam para um lugar já predeterminado, em fila calma e ordenada, se é que se pode chamar calmo um passo delas ou até ordenado a miscelânea que existia, portanto nada mais se tratava que uma fila. Embora marchassem notava-se no movimento, que se reparava desde que a primeira fila se formara, uma tristeza sombria apontada pela sua cor esbatida. Sentiam-se como um reformado caminhando para a angústia do lar.
Que elas notavam mais era a falta de observadores desta estranha parada, doentio espectáculo, já os habitantes se habituaram, apenas algumas crianças perscrutavam por entre as cortinas mas por alguns breves instantes.



quinta-feira, 13 de maio de 2010

Casa da Pedra Filosofal

Era tudo o quanto ela me dizia, nada mais exprimia, tudo escondia menos a Pedra Filosofal, como se apenas no sonho nos encontrássemos, constantemente numa nuvem bem definida. E de repente, era assim do nada, como um ser iluminado, fumo desvanecendo, nevoeiro matinal já não difuso. Em dias que o tempo parou, gravou, riscou. Em dias que o tempo parou, gravou, riscou...Por isso escrevo na esperança que ela ouça o meu pedido, de desculpas, de socorro, de abrigo, não consigo. Por isso deixa-me mais próximo de ti apenas com a Pedra. Para termos a nossa tela, cor, pincel, base, fuste e capitel. Para criarmos um desembarque de foguetão sobre a superfície de Júpiter. Tento ter a forca para levar o que é meu, nem tento pegar em nós. Mas devo concordar que às vezes falta-nos a razão.

terça-feira, 11 de maio de 2010

IndieLisboa

Independente, filme de baixo valor, sempre de poucos trocos. Assustador, terrorífico, esclarecedor. Mas este acaba quando termina. Não resiste ao cair do pano. Livre demais para ser apresentado, preso aos locais do costume.
"Boa tarde,
Fala Ricardo Torga
Em que posso ser útil?"

Que merda de conversa, lambendo as bolas de quem liga. Somos a pastilha colada à solda do sapato espezinhado pela a multidão que passa por nós.

"Existe mais alguma coisa que possa ser útil?
Muito obrigado por ter ligado, um resto de boa noite.
Disponha Sempre!"

domingo, 25 de abril de 2010

25 de Abril Sempre

Talvez estejamos demasiado habituados à liberdade e por isso demasiado ocupados para ser livres. Somos cada vez mais desinteressados pelos os nossos direitos e menos preocupados com os nossos deveres. Mortos como povo, demasiado vivos como indivíduos para sermos um só. Com medo sermos Abril, de sermos primeiro de Maio, de todos nós sermos a a voz que canta uma pátria mãe do mundo.

25 de Abril Sempre
Fascismo Não
O Povo Unido Jamais Será Vencido
O Povo Vencido Jamais Esteve Unido
We are not enemies, but friends," said the 16th president. "We must not be enemies. Though passion may have strained it must not break our bonds of affection. The mystic chords of memory, stretching from every battlefield and patriot grave to every living heart and hearthstone all over this broad land, will yet swell the chorus of the Union, when again touched, as surely they will be, by the better angels of our nature."

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Poço de Mimir

Seiva da árvore da vida, corre por ela como magia. Faz tudo crescer à volta dela. Suporta todos os mundos, todos os paraísos, todos os infernos. Desejado por todos os Reis, por todos os guerreiros. Querem força e poder. Ambicionado por todos os vates, por todos os poetas. Querem um som alto e sublimado,
um estilo grandíloquo e corrente. Ansiado por Deuses, por Mortais. Querem viver mais que o outro.
Só peço um gole que me ajude. Um cheiro do seu aroma. Para saber mais longe. Para compreender mais do pouco que conheço. Mas não sei que devo sacrificar, não sei o que mais eu quero.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Mata, esfola, fode

Mata, esfola, fode. Tenta chegar ao cimo. Tenta acabar a montanha. Tenta tirar os transeuntes. Distrais-te com alucinações. Ópio, Vodka, Ácidos, Absinto e Sexo. Tudo distracções tudo maravilhoso. Perdeste o momento da subida. Ficas atrás de jovens mais gananciosos, velhos mais experientes.
Esquece a subida, apanhas só uma parte da vida. Avança com velocidade moderada. Ganhas calos com as alucinações. Ganhas cor com as distracções. Sexo com ópio, Vodka com ácidos, Absinto com sexo. Até tudo junto. Tenta overdoses, tenta a morte, tenta o universo. Morres sozinho como Rei do mundo. Faleces acompanhado como Escravo do Mundo.
Escolhe tu.

Radar

Radar ligado. Presta atenção a tudo, apanho submarinos inexistentes. Vinte mil léguas submarinas, aéreas e terrestres. Descubro até ao espaço sideral. Não reconheço icebergues que aparecem a um metro de distância. Esfolo-me por olhar até ao meio metro.

Fictício

Sou fictício, só existo na minha criação e mesmo assim mal elaborado. Reajo a tudo a que me aparece de maneira surreal. Tudo  me parece irreal. E mesmo assim nesta virtualidade sinto-me distante como se a outro universo pertencesse. Mas morto não estou, vivo ainda não sei. Colho o dia como se fosse real aproveitando cada momento para que a minha criação não se desconstrua.

Acrobacias no Arame

Chega a altura de andar no arame sem rede de segurança. Uns empurram-te, outros puxam-te e mesmo assim seguras-te com ambos os pés. Como conseguiste avançar mais um pé, não sabes. Concretizas apenas a primeira etapa. Só ouves agora incitamentos e avisos. "Têm cuidado" dizem uns e completando com "Volta!". "Força, tu consegues!" exclamam uns e surgindo entre aplausos gritos "És o maior!". Destes todos só reparas num grupo que se mantêm calado, olhando e que nunca intervém. Será que se vão rir? Será que sentem compaixão? Perguntas que te passam pela cabeça mas que de nada valem. Seguras-te com unhas e carne para não fazeres má figura. Entretanto nunca sabes o que vai acontecer a seguir.

domingo, 4 de abril de 2010

St.Anger


Hoje sou o dono da raiva, tão irritado e tão fodido que estou que nem Deus nem o Diabo se atreveriam a meter-se à minha frente, deve ser por isso que hoje me sinto mais sozinho que nunca.
Nem Deus, nem o Diabo (tanto um como outro acredito quem andem sempre comigo, um em cada ombro) parecem hoje estar na minha companhia, hoje sinto-me com a força de um titã, no entanto, sei que essa força só provem da puta da raiva que sinto.
Raiva essa que parece ter-me acertado com toda a sua força, quase como uma força divina que se acercou e entrou dentro de mim, parecendo quer ficar durante muito tempo.
Durante o tempo que a raiva estiver dentro de mim irei andar sozinho, pois ninguém me vai conseguir acompanhar na minha luta desenfreada para que a puta saia dentro de mim, só sei que quando a puta sair eu continuarei sozinho, mas ai já terei Deus e o Diabo nos meus ombros para ora um ora outro me darem as indicações de como irei passar as armadilhas dos trilhos da minha vida, pois eu sei que sozinho ou acompanhado eu irei bater no meu destino com tanta força que ele desejará ter sido o destino de outra pessoa e não o meu!

By: Lariato

terça-feira, 30 de março de 2010

I'm not There

Queremos ser todos como Dylan, livres e preocupados, presos a nenhuma preocupação lutando pela nossa pequena posse de vida, tentado destruir a nosso própria morte. Somos os deambulantes do inferno, pecadores pela nossa própria existência, soldados de Deus.
Não nos interessa as guerras entre Homens, apenas a guerra do eu e o pensamento, enjaulados no labirinto do nosso futuro, vivendo à espera que este momento passe apenas para descobrirmos que o passado enganou-nos em relação ao futuro.
A vida transporta-nos no seu comboio em linha recta e onde acabamos é a única coisa incerta, tentamos sair do seu caminho, trocar de comboio, fugir para outra linha, mas descobrimos que apenas existe este e não será desta vez que seremos imortais que impedirá o destino final.
Só podemos fazer uma coisa, sentarmo-nos e aproveitar a viagem, espremendo toda a borbulha que aparecerá. Sentados faremos a única coisa certa, construindo algo nosso, o nosso castelo de pedra prestes a desmoronar-se como se de cartas tratasse. Escutaremos e passaremos o escutado a outros que, enjaulados, resistem como nós ao passar das estações.
Não mudemos o futuro que ele nada quer connosco, por enquanto somos um mineral impuro daquilo que nos podemos tornar.

As we fight against the sands
The universe laughs at us
And until we became the freedom
Gods and Jotuns will turn us into sheeps
So let them mok
Let them Laugh
We become Stronger at Dawn
And they will tremble
As we became imortals

segunda-feira, 22 de março de 2010

Sem titulo

Vives a vida num ápice, já tens idade mas estás teso, os teus pais não te dão mais moeda e o que tens já nem chega para o mês. Fumas, bebes e desperdiças o dinheiro nos cafés. Envias curriculum vitae para tudo o que é sítio. Para o Lidl, para o Modelo, para call-centers e até para o bar de strip e para as esquinas. Tentas as entrevistas, perguntam coisas esquisitas, esqueces até do teu nome, duvidas até da própria existência. Sais da sala da entrevistadora, torces toda a tua roupa, enches baldes de suor com o suor da tua camisa. Vais para a rua e acabas com o maço sem dar por isso. Avanças mais um dia e esperas um contacto de alguêm nem que seja do teu chulo.

Medrar

Medo, medo de crescer. Ser demasiado grande para o que posso suportar. Medo, ainda mais medo de diminuir. Ser demasiado pequeno, incapaz de me libertar.
Talvez sejam universais estes medos, talvez singulares, mas temos que medrar. Crescer. Desenvolver. Nunca ficar parados. Seguir os passos de homens anteriores. Homens superiores.
Ficam aqui duas ideias uma de uma música brasileira outra de um livro que não me recordo qual é só a autora.

 "Depois que o primeiro homem
Maravilhosamente pisou na lua
Eu me senti com direitos, com princípios
E dignidade
De me libertar"

Take it easy my brother charlie - Jorge Ben Jor



"Our deepest fear is not that we are inadequate. Our deepest fear is that we are powerful beyond measure. It is our light, not our darkness that most frightens us.' We ask ourselves, Who am I to be brilliant, gorgeous, talented, fabulous? Actually, who are you not to be? You are a child of God. Your playing small does not serve the world. There's nothing enlightened about shrinking so that other people won't feel insecure around you. We are all meant to shine, as children do. We were born to make manifest the glory of God that is within us. It's not just in some of us; it's in everyone. And as we let our own light shine, we unconsciously give other people permission to do the same. As we're liberated from our own fear, our presence automatically liberates others." Marianne Williamson

sexta-feira, 19 de março de 2010

Labirinto de Minos


Traço caminho num labirinto sem saída. Escolho a maneira de fugir daqui. Tento escapar ao Minotauro, peço ajuda a Teseu, só ele me pode ajudar. Vejo o novelo que deixaram aqui, pressinto que o devo seguir. escolho um dos caminhos que ele me indica, não sei se vou para a frente ou para trás. Ouço gritos, desumanos demais, parecem-me urros misturados com gemidos. Caminho mais, parecem-me mais próximos. Ao virar da esquina tenho medo, encosto-me à sebe e espreito com temor. Vejo Teseu lutando, já de espada partida, já cansado e só aguentado-se só de joelhos. Sua guerra épica só detém um final bíblico. Só noto na vitória do sobrenatural, como se apenas Deus tivesse escolhido como habitual o lado contrário ao Homem. Solto uma meia-palavra sendo capaz de ter sido apenas um som. Não aguento ver mais esta batalha que Deus decidiu desta vez carregar no play e ter escolhido outro lado, vejo sangue humano e desta vez reparo que os urros que há pouco ouvia eram não do Minotauro mas sim de Teseu, por cada dor infligida era um som inumano que brotava de sua garganta. Fujo dali, já sei que final se encontra destinado ao Homem, já tinha sido decidido muito antes por Deus quem perderia. Sigo o caminho contrário que tinha levado e assim chego à tão desejada saída. No exacto momento em que alcanço os portões ouço o urro final que ecoará para sempre naqueles caminhos. Empurro os portões e vejo o mundo inteiro a arder....

segunda-feira, 15 de março de 2010

Pequena

Surgiu. Apareceu. Começou.

Cresce. Semente desabrocha. Sai do chão. Verde, o inicio. Aprende a lutar. Começa o sol a surgir. Cresce ainda mais. Caminha, desaparece dos olhos dos pais. Preocupação. Fechar as portas. Surge a primeira folha. Razão de orgulho. Inteligente, fizeste esta tua primeira acção no mundo. Aparecem as sombras. Queres um pouco de sol. Murchas um pouco. Preocupação aumenta. Lutas mais um pouco. Aparece a flor fechada. Emoção. Choram, por seres maior já não te controlam tanto. Queres sair. Queres ver outras plantas. São poucas as portas que te seguram. Abres-te ao mundo, ainda tão nova mas já tão grande. Queres conhecer os animais, queres conhecer o mundo. Não te conseguirão prender. Foges do colo. Conheces o Sistema Solar. Mas tens medo. Queres o colo outra vez. Já não o tens. Já te aparece o teu fruto. Doce, amargo, azedo. Preto, branco, laranja. És árvore, mas ainda precoce. Crescerás ainda mais. Tuas sementes sairão do teu colo. Tuas folhas cairão. Já não tens tempo.
Acabou. Desapareceu. Saudosamente.

domingo, 14 de março de 2010

Sinto

Sinto a roda. Sinto o riso. Sinto a leveza.
Escondo-me na esquina. Acendo, travo, travo, travo. Passo a outro. Sinto. Espero. Já chegou outra vez. Travo, travo, travo. Passo. Ando, saio da esquina. Passo por aí. Sinto. Sonho. Sinto. Move-se o mundo. Rio, choro. Fujo. Continuo. Ainda sonho. Ainda sinto. Ainda sonho. Foge-se a chama. Pára o mundo. Não sinto. Não sonho. Não sinto. Quero outro. Estou sozinho. Vêm ter comigo. Talvez. Vêm ter comigo. Já não dá. Quero outro. Mas eu não. Merda. Adeus.
Não sinto. Não estou a rir. Sou pesado.

sábado, 13 de março de 2010

PCP

Isto é uma revolta, ou apenas uma azia neste estômago. Como muitos sabem o PCP é o partido mais velho da democracia portuguesa que ainda existe nos dias de hoje, fez 89 anos no dia 6 de Março. Sim têm razão em achar que esta revolta vem um pouco tardia, mas sempre ouvi mais vale tarde do que nunca. O PCP celebrou os seu 89 anos na Maia, com a participação do líder Jerónimo de Sousa. Esta celebração, e isto é o que me causa maior contestação, passou ao lado dos quatro canais de televisão portuguesa. Sim a SIC e a TVI são privadas e o que lhes interessa é o lucro, o dinheiro, nada têm que informar um grupo minoritário de portugueses, menos de 15%. Mas nem a RTP nem a 2, serviços públicos que têm que informar todos os seus ouvintes, todas as suas audiências, todo o povo português, deram uma pequena noticia, nem pequeníssima deram sobre este assunto. Foi este o partido que mais lutou contra a ditadura portuguesa. Foi este o partido que mais lutou pelas pessoas durante o Estado Novo. Foi este partido que fez de tudo para o país não descambar durante 74 e 75. Mesmo as pessoas anti-comunistas têm que concordar num assunto. Quando um partido tão grande faz 89 anos, mesmo quando uma grande associação, como no caso de equipas de futebol, deve merecer uma pequena menção nos jornais nacionais.
Fica aqui a minha azia, ou talvez a minha revolta.

Vampiro

Sugado. Chupado. Seco. Sem réstia de qualquer coisa.
Esqueço-me, a vida não me passa a frente dos olhos, foge-me. Nem sei se vivi ou se só apareci neste momento.
Meio-vivo, meio-morto. Meio-triste, meio-feliz, por morrer, por deixar de sofrer.
Carne podre. Corpo oco. Saio, nunca mais voltarei. Sou átomo, sou galáxia. Sou nada, sou tudo.
Desapareço.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Mensagem

Soando, ecoando. Grita e nada retorna. Reage sem acção. Vive de mortos, morre com a vida. É Mostrengo, é Tormenta. Não ser ouvido, não ser falado. Não ouvir, não falar. Cadáver adiado, sem procriar. Não existirá para ser relembrado. Viverá apenas neste momento, esquecido de outros anteriores. Não chega ao Horizonte não chega a Excalibur. Santo Graal que nunca regressa. Morre e nada mais.

Stylo

Stylo, stile, smile.
Sorrindo, corro. Correndo, sorrio. Vejo a alma do estilo. O estilo da alma. Crescendo, diminui. Repito os passos. Escrevo sem o saber. Sei sem o escrever. Não conheço mais nada. Conheço tudo o que não sei.
Paro um momento e recomeço outra vez. Centro-me no canto, fujo do meio. Que tento dizer? nada. Apanho um choque e arrependo-me de tocar na tomada.
Que raio me tocou, que trovão me gritou? Um ciclone passou por aqui e desconstruí tudo. Um furacão fugiu daqui e reconstruiu quase tudo. Que me fazem, que me desfazem? Pego no teclado e....

quarta-feira, 10 de março de 2010

Estou à espera…

Estou à espera…sentado as músicas no computador vão passando umas fazem me cantar atrapalhadamente o refrão outras fazem passar automaticamente para a seguinte, nesse momento não é isso que quero ouvir.
De que espero? De uma aparição quase como se fosse uma divindade, ou de algo natural que eu sei que aparecerá  mais tarde ou mais cedo?
Nem eu sei como posso denominar aquilo pelo que espero, poderá ser uma coisa boa ou uma coisa má, mas terei que esperar para ver…
Desesperar não será solução, pois só me fará ansiar mais o momento do encontro, mas será  que esse encontro irá acontecer?
Até agora ainda não me encontrei com nada, e entretanto parece que a minha lista de músicas chegou ao fim, pois bem parece que vou ter que começar a fazer as músicas tocarem, pois eu não saio daqui até ter o meu encontro com o destino.

By: Lariato

terça-feira, 9 de março de 2010

Escola

Estudando pela vida, conquistando o seu espaço entre os grandes feitos do Homem. Estudo a matemática da vida, seguindo a lógica numeral. Estudo o português da vida, seguindo o ilógico da criação. A vida é a aprendizagem dela mesma, construída pelas experiências feitas, pelo o ouvir de experiências de outros. Construímos o poder da nossa ideia com a ideias dos outros, papagaios da existência de outros. Papagaios sim, mas com a inteligência de criar. Somos os estudantes.

Bairro

Subindo a Rua do Alecrim, chegando à Praça Luís de Camões, encontramos a entrada para o Bairro. Vemos o mundo todo aglomerado a essas portas, como se fossem as portas douradas para céu. E não é por menos, encontramos o chão de calçada imperfeita, irregular para contrariar os efeitos do álcool, entre cada passo encontramos, copos, garrafas e beatas. Isto apenas na entrada. Ao penetrarmos por entre o oceano de gente, ora umas vezes contrariando o sentido outras indo a favor da maré. Lá dentro apenas notamos nos pés, enchendo o chão, ocupando todo o espaço que tinha sido ocupado outrora pelos copos, garrafas e beatas. Entramos no bar que nos pareceu o mais correcto para a ocasião, com uns restos de dinheiro lá compramos umas cervejas de 0.5L, saímos cá para fora e enfrentámos outra vez a corrente forte e segurámos as cervejas como Camões segurou Os Lusíadas. Seguimos viagem mais folgados e mais saciados, já sem metade da cerveja que tinha ido pela goela, conseguindo momentos de descanso contra esta corrente. Agora ouvíamos a musica saindo dos bares, as vozes entrando pela porta dos bares, conversavam sobre qualquer coisa que nos ultrapassava. Decidimos seguir.
Já saciados por várias vezes e com a bolsa cada vez mais pequena, aventurámo-nos por mais umas quantas ruelas, decidimos para numa transversal qualquer de onde tudo divergia. Pareceu-nos o local ideal. Queimámos logo ali, sem parar rodava como se o circulo andasse. Após algumas destas encontrámos o momento ideal para escapar, quando ainda ninguém sonhava em bazar mas já os moinas apareciam a avisar. Descemos outra vez a Rua do Alecrim, chegando até ao Cais do Sodré, e aí separámo-nos e seguimos para a vida fora do Bairro.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Alma-gémea, será que existem?


Sinceramente somos tantos na Terra que é possível que haja alguma miúda (sim sou um miúdo quero que seja uma miúda, como é obvio se fosse uma rapariga ia adorar conhecer o meu príncipe encantado) que se encaixe em mim…sim a meu ver cada um de nós é uma peça de um puzzle gigante (Universo) onde todos nós temos um encaixe e só uma pessoa possua um encaixe igual (se bem que acredito que haja mais do que uma alma-gémea) essa ou essas pessoas podem existir, mas será que a vamos encontrar?
50% de hipóteses ou sim ou não, mas será por isso que mesmo sabendo que uma rapariga não é a minha alma gémea não me poderei apaixonar pelo seu sorriso doce, olhar terno, ajeitar do cabelo envergonhado para trás da orelha, voz carinhosa e tentar ser feliz?
Mas será que serei feliz ou esta tentativa de reescrever o destino só me irá trazer infelicidade?
Não sei acho que um dia vou ter que experimentar…

By Lariato

Pecado Capital

Faço-vos publicidade, embora por muitos não seja querida esta merece ser apresentada. Publicito-vos um blog diferente deste aqui, talvez um pouco melhor ou um pouco pior depende do que gostarem, mas para mim acho diferentemente bom.

Pecado Capital

Hit the road Jack

 Resposta de Jack à musica de Ray Charles "Hit the road Jack"

Não ficarei pela tua maldade, arrumarei as minhas malas e fugirei daqui. Sei que não sou grande coisa e não tenho dinheiro, mas espera e verás que voltarei, não para ti, mas voltarei.

Agora sozinho nesta rua que nunca mais acaba, tentado a olhar para trás, tentado em parar e respirar mais uma vez teu ar, viajo já sem gasolina no meu carro, à espera de um transporte para os meus pé cansados, anseio pelo dia que voltarei àquela terra maldita e que te mostrarei.

Godless

I was born Tomorow
And i'll die Yesterday
The wish of Sorrow
Will became
The dream of Today
And as the clouds whisper
"The god will come"
I believe in the Viper
That gave me
The Apple of Life

domingo, 7 de março de 2010

48

Algo se passou na viagem do 48. Sentado na traseira do 48, que vai desde Linda-a-Velha até ao Marquês do Pombal, olhando para rua, perscrutando todos os viajantes, detestando todas as paragens que fazia. Apenas uma memorizei. A paragem do Amoreiras. Entraram vários estudantes berrando eufóricos da vida, enchendo o autocarro nessa única paragem. Vendo esta euforia centrei-me noutro aspecto que não o dos outros viajantes lá fora à chuva. De repente olhei para ti, fora de toda esta euforia, fugindo de todos os risos dos teus colegas, centrada no ontem, no hoje ou talvez no amanhã. Não saberei. Sei que os olhos azuis que tu tinhas estavam concentrados em fugir de algo do que se passasse ali. Talvez pudesse levantar-me e dirigir-me para o teu lugar, mas algo nesse teu olhar me impediu de avançar. Confundias quem te visionasse, pelo menos a mim que te observava. Senti o autocarro a parar, anseie que os outros saíssem nesta paragem para te poder compreender melhor. Mas tu fugiste, e apenas agora vi o teu sorriso escapando-se à saída deste autocarro. Só tinha mais uma paragem para andar mas mesmo assim senti a falta de te observar, tentado a imaginar o que estarias a pensar.

Powerless

A soon as we see the powerfull
We tremble,
But as we aproach the light
they fear
Becaming powerless,
Not as might
as they were.
But because of our mess,
They crush

Planta Brava, Raízes Fortes sob a Aridez da Rocha

Comecei este blog sem ter falado um pouco sobre o que me fez criar-me como agrot e o porque de ter escolhido 360º para titulo deste pequeno manifesto.
Sou um grande fã da arte escrita e como tal escolhi o pseudónimo de um dos meus escritores preferidos Torga, e tal como Torga sou uma planta brava de raízes fortes sob a aridez da rocha. Sempre crescendo, apareço nas encostas das montanhas tentando chegar ao cume. Sou de ideais revolucionários que já o são há cem anos ou mais, e de crenças filosóficas recentes com outras de um apogeu renascentista. Acredito no Homem, o construtor, o inventor, o idealista. Penso ser capaz de chegar ao seu destino final, ao quinto império fundado por Pessoa. Mas apesar disto vejo o mundo pelo olho de alguém desiludido, vendo que apenas Maquiavel conseguiu passar a sua mensagem à maioria de todos os humanos. Que Ricardo Reis ainda anda por ai a rondar pelos corações de todos os que tudo podem melhorar.

Por isso e muitas outras coisas vejo o mundo em todos os seus 360º, porque nada pode escapar de um olho que tudo anseia olhar e tudo quer deixar escapar. Procuro a Verdade e nada mais, a minha Verdade diferente como todas as outras,.

Espero que continuem a ler este manifesto e embora pareça depressivo podem vir a ler comédia de jeito e de merda por aqui.

Saudações a todos os bloguers que passem por este pequeno passeio da mente de um jovem

"Já Sei Prostituir"

Já sei namorar
Já sei beijar de língua
Agora só me resta apanhar
Já sei onde ir
Já sei onde ficar
Agora só me falta sair

Não tenho paciência pra televisão
Eu não sou audiência para a solidão
Eu vendo a ninguém
Eu vendo a todo mundo
Se todo mundo pagar bem
Eu dou a ninguém
Eu dou a todo mundo
E todo mundo come eu também

Já sei namorar
Já sei chupar a bola
Agora só me falta ganhar
Não tenho juíz
Se você quer a vida em jogo
Eu quero é ser feliz

Não tenho paciência pra televisão
Eu não sou audiência para a solidão
Eu vendo de ninguém
Eu vendo a todo mundo
Se todo mundo pagar bem
Eu dou a ninguém
Eu dou a todo mundo
E todo mundo come eu também

Tô te fo..endo
Como ninguém
Tô te fo..endo
Como Deus quiser
Tô te fo..endo
Como eu te quero
Tô te fo..endo
Como se quer


No cuuuuuu uuuuuu uuuuuuu
 Segunda-feira, 18 de Janeiro de 2010 às 16:42
Por Rúben Marques

sexta-feira, 5 de março de 2010

Instruções Analíticas da Actividade Copular (para rapazes)

Dedicado a Ricardo Brites

Prólogo:
Com este guia espero que consigam finalmente seguir com as vossas vidas de depravados sexuais.
Fico imensamente grata por usarem este guia para uso pessoal. Alguns não vão admitir mas eu sei a Verdade. 

1º Conquistar a/o rapariga/rapaz (À preferência)
2º Dar beijos sem abusar, isto é, sem mãos.
3º Começar a usar as mãos, discretamente. Por Exemplo: Dar umas festas na cara, costas, rabo...
4º Dar uns beijos na zona do pescoço e na orelha. (Atenção à baba!!!)
5º Passar as mãos na barriga dele/a.  [Atenção: Antes de avançar ver como a rapariga/rapaz reage a essa passagem. Se reagir mal não avançar mais. Aviso de estalo ou pontapé no abono de família. Se reagir bem sinal de que podemos avançar mais]
6º Se permitir a passagem, aproveitar para desapertar o soutien e passar as mãos pelo seu peito.
7º Se ela/ele realmente estiver a gostar, [Sinais de gosto: Respiração acelerada; Gemidos ocasionais; Tremores; Arquearem-se mais um pouco etc...] Exercer alguma pressão nos seus mamilos, mas atenção para não magoar. Se se queixar pedir desculpa rapidamente beijando a parte magoada.
8º Começar a desapertar as calças da/o parceiro. Novamente atenção aos sinais de perigo.
9º Parar por momentos e olhar para ela/ele carinhosamente, para ele/ela se sentir confortável.
10º Deixa-la/o trabalhar em ti. Enquanto isso não acontece não avances mais!!!
11º Despe-lhe a blusa e diz-lhe que é bela/o ao ouvido. Continua a passar as mãos pelo corpo dele/a.
12º Despe-lhe as calças e passa as mãos por entre as pernas dele/a.
13º Se ela/ele gostar deixas que agora se a vez dele/a avançar.
14º Deixa de ser parvo e acorda!!! Era só um sonho.
15º Se realmente conseguiste este grande feito, com muita mas muita muita sorte, mete ou pede que metam o preservativo.
16º Paras de ler esta merda e afinfa-lhe. Se por acaso tiver razão e for um gajo deixa-o ir ao rabinho. Que eu seu que gostas à bruta. (Não por experiência própria, foi-me contado)
17º No final destes passos todos, estarás minimamente satisfeito, deixa-lhe os 25€ combinados na cama e antes de saíres veste-te meu grande anormal.

By Mónica Machado "A vossa amiga"

P.S.: Próximo guia a sair: Como conquistar a rapariga/rapaz

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Insipência

Estamos perante um mundo onde a discriminação, ou a ignorância, não deveriam existir, mas a verdade é que mesmo com a era da informação permitimos o refúgio de mentalidades um pouco retrógradas. Um dos maiores exemplos deste paradoxo é o especismo que, para além de ser pouco reconhecível no presente é também incoerente em relação há moral humana. O que justifica este paradoxo na sociedade? O que nos distingue dos ignorados?
Como em tantos outros casos de discriminação a superioridade, ou o pensar-se superior, é importante aqui. Para que determinemos a superioridade humana temos que nos basear no que num senhor escreveu há precisamente cento e cinquenta anos atrás, sendo um naturalista profundo ele baseou esse seu livro na evolução das espécies, onde cada ser vivo é um aperfeiçoamento do seu parente anterior, esse livro naturalista é A Origem Das Espécies escrita por Charles Darwin. Retomando o assunto perdido, a superioridade humana foi sempre baseada na inteligência, no Homem como animal da razão, mas segundo Darwin, e outros anteriores e posteriores, o Homem não é nada mais como o aperfeiçoamento de animais anteriores a ele, desde o macaco ao hominídeo, perdendo dons e ganhando outros, “We need another and a wiser and perhaps a more mystical concept of animals. […] We patronize them for their incompleteness, for their tragic fate of having taken form so far below ourselves. And therein we err, and greatly err. For the animal shall not be measured by man. In a world older and more complete than ours they move finished and complete, gifted with extensions of the senses we have lost or never attained, living by voices we shall never hear.” The Outermost House de Henry Beston, está bem denunciado neste excerto como incompletos somos nós apenas dotados pela nossa inteligência.
Mas neste caso em particular não se pode falar só em inteligência, ou em dons. É garantido que eles não ambicionam o que nós ambicionamos, desprezam dinheiro, poder, beleza, etc. … Mas eles necessitam e querem variadíssimas coisas que nós necessitamos e queremos como a alimentação, o abrigo do frio e do calor, a necessidade do amor de mãe, o querer viver livre, etc. … Porém retiramos-lhes esses requisitos mínimos para o bem-estar, demasiado bem-estar, da nossa sociedade. Negamos-lhes muitas vezes comida, a liberdade, o amor e a compaixão para que tenhamos tudo o desnecessariamente precisamos nas nossas vidas.
Em último caso é a ignorância que protege o especista, o discriminador em suma. Quantas vezes ouvimos alguém a dizer “não me digas que depois não janto” ou “eu não posso ver isso, isso acabaria comigo”, preterindo o caminho árduo e iluminado a um caminho fácil mas coberto em escuridão. E se nada nos distingue sem ser a ignorância, caberá àqueles, os sábios, ensinar o caminho.