Subindo a Rua do Alecrim, chegando à Praça Luís de Camões, encontramos a entrada para o Bairro. Vemos o mundo todo aglomerado a essas portas, como se fossem as portas douradas para céu. E não é por menos, encontramos o chão de calçada imperfeita, irregular para contrariar os efeitos do álcool, entre cada passo encontramos, copos, garrafas e beatas. Isto apenas na entrada. Ao penetrarmos por entre o oceano de gente, ora umas vezes contrariando o sentido outras indo a favor da maré. Lá dentro apenas notamos nos pés, enchendo o chão, ocupando todo o espaço que tinha sido ocupado outrora pelos copos, garrafas e beatas. Entramos no bar que nos pareceu o mais correcto para a ocasião, com uns restos de dinheiro lá compramos umas cervejas de 0.5L, saímos cá para fora e enfrentámos outra vez a corrente forte e segurámos as cervejas como Camões segurou Os Lusíadas. Seguimos viagem mais folgados e mais saciados, já sem metade da cerveja que tinha ido pela goela, conseguindo momentos de descanso contra esta corrente. Agora ouvíamos a musica saindo dos bares, as vozes entrando pela porta dos bares, conversavam sobre qualquer coisa que nos ultrapassava. Decidimos seguir.
Já saciados por várias vezes e com a bolsa cada vez mais pequena, aventurámo-nos por mais umas quantas ruelas, decidimos para numa transversal qualquer de onde tudo divergia. Pareceu-nos o local ideal. Queimámos logo ali, sem parar rodava como se o circulo andasse. Após algumas destas encontrámos o momento ideal para escapar, quando ainda ninguém sonhava em bazar mas já os moinas apareciam a avisar. Descemos outra vez a Rua do Alecrim, chegando até ao Cais do Sodré, e aí separámo-nos e seguimos para a vida fora do Bairro.
"o chão de calçada imperfeita, irregular para contrariar os efeitos do álcool" grande passagem :D
ResponderEliminarAdorei este Agrot.