terça-feira, 9 de novembro de 2010

Uma breve desconhecida

Após uma longa viagem se reconheceram, cumprimentando-se obrigatoriamente, porque o tempo de escapara já o era, disseram sinceramente que andavam bem. E se porque esta distância se reparava era porque a ele a aparência dela não lhe importava, a ela a indiferença dele lhe repugnava. No entanto nada mais podia haver que um mútuo acordo se aproximaram pela mera educação que lhes treinaram, mas até ao momento da distracção nada mais disseram que aquilo que conheciam.

Um arrufo de namorados

Pois o que será de nós se não discordamos, se não nos debatemos por aquilo que vemos. Pois será que acreditaremos que seremos mais capazes se apenas aceitarmos. Pois que ninguém tenha razão e que apenas dois percam e ganhem ao mesmo tempo. Porque sentimo-nos vivos quando lutamos, porque vivemos mais quando reconciliamos. E que vida será esta na qual aquele que ama não diz a verdade àquele que retorna esse amor.

Um sorriso genuíno após uma tristeza penosa

Porque apesar de tudo sorrimos como tu sorriste, que mesmo a mais longa tristeza não nos tira essa genuinidade de que se apenas vê. E por isso também sorrimos enquanto acompanhamos-te na carruagem, porque quanto mais longo este fado nada nos remove esta sinceridade, de que quando chegar o momento certo seremos capazes levantar os olhos e apenas sorrir.

Um sermão de uma Mãe

Será por ser um tanto quanto baste para ser preciso, que ouço, em cada estação, a mãe chamando o seu filho ensinando para combater sua inocência e desventura, para tirar-lhe de tudo o que é ingénuo e transforma-lo em algo sábio. Porque será que tudo é tão perigoso e tão secreto que não se pode tocar, porque será que apenas algo será grátis e nada mais, ter filhos.

Séries do Metro


Após este post publicarei 4 textos aos quais denominarei Séries do Metro. Tirem as vossas próprias ilações.

Um sermão de uma Mãe 

Um sorriso genuíno após uma tristeza penosa

 Um arrufo de namorados

Uma breve desconhecida

 

 

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

PREC

O PREC ("percurso revolucionário em curso") foi um dos períodos mais marcantes da nossa recente história. Foi um período marcado pela recente libertação de uma ditadura que já nos perseguia durante 48 longos anos, e pelo regresso dos mais altos dirigentes e personalidades políticas portuguesas, entre os quais Álvaro Cunhal e Mário Soares dois grandes intervenientes do PREC.
A instabilidade reinou durante estes 11 meses que se seguiram à revolução de Abril, entre atentados às sedes do PCP e respostas da ala esquerdistas (como o MRPP e outros mais extremistas), quase levando este país a uma guerra civil. Não fosse a grande intervenção do MFA e os grandes partidos (PCP, PS, PSD) teríamos uma guerra civil nas mãos.
Durante este período foi assinado entre o MFA e os maiores partidos um acordo da qual responsabilizaria os governos portugueses de tomar uma ideologia socialista para levar este pequeno país mais alto.
O resto da história já sabemos, aquando a eleição de Mário Soares para primeiro-ministro o PS abandona as suas primeiras ideias mostrando os seu verdadeiro rosto como partido de direita que pouco tem alterado até aos nossos tempos.
"As grandes conquistas da Revolução, que foram inscritas na Constituição da República elaborada e aprovada pela Assembleia Constituinte em 1976, a abolição do capitalismo-monopolista, a nacionalização dos sectores básicos, a reforma agrária e outras, podem ler-se no programa do Partido Socialista aprovado no Congresso que realizou em Dezembro de1974. Mas, como Mário Soares já disse, "programas são programas", e assim achou certamente muito natural meter tudo isso numa gaveta ou deitar tudo isso para o cesto dos papéis." Álvaro Cunhal


A isto pergunto a quem leia. Não será altura de reivindicar o acordo feito pelo PS e PSD, únicos que traíram o o acordo, e tornar este país mais justo?